domingo, 19 de julho de 2009

A MANILHA VAI SECA (60): Costa não pode ser como Sampaio?

A aliança entre António Costa e Helena Roseta para as Eleições Autárquicas em Lisboa pôs muita gente a falar sobre as eventuais consequências políticas deste acordo, até porque a vereador do movimento Cidadãos Por Lisboa garantiu o segundo lugar na lista do PS, ainda que tendo estatuto de independente.

Antes mesmo do anúncio oficial, houve logo quem suspeitasse que, caso Costa avançasse para uma candidatura à liderança do PS, deixaria Roseta como edil de Lisboa. Na conferência de imprensa de apresentação do acordo, Helena Roseta abordou esse tema, o qual já figurava no memorando do acordo entre PS e Cidadãos por Lisboa: “As substituições ocasionais dos eleitos serão feitas de modo a garantir que o eleito de uma força política é sempre substituído por outro da mesma força política. Para efeitos do nº 2 do artigo14º da lei eleitoral autárquica (substituição definitiva do Presidente da Câmara “em caso de morte ou doença que determine impossibilidade física ou psíquica, de perda de mandato ou de opção por função incompatível”), o primeiro independente indicado pelo movimento CPL assegurará que a substituição recaia no seguinte da lista, indicado pelo PS”.

Acho muito bem que estas questões sejam esclarecidas - por escrito e publicamente - para não haver quaisquer dúvidas. Mas, tirando isso, deu-se demasiada importância a esta questão e Pedro Santana Lopes foi logo o primeiro a fazê-lo. Santana entende que esta discussão tem a ver com o pressuposto de que José Sócrates vai perder as Legislativas e sair da liderança do PS, a qual será disputada por António Costa. Para o menino-guerreiro, tudo isto é uma gigantesca desconsideração em relação a Sócrates e aos próprios lisboetas.

O problema é que Santana só tem razão em parte. Neste momento, existe a possibilidade de o PS perder as Legislativas, certo? Se os socialistas forem derrotados a 27 de Setembro, Sócrates pedirá automaticamente a sua demissão do cargo de secretário-geral do PS, o que faz sentido quando a primeira figura de um Governo vê o seu programa e acções governativas derrotados nas urnas (só Santana é que não entende isso, mas isso são contas do peculiar rosário do senhor). Ora, se Sócrates se demitir, António Costa posiciona-se como uma boa escolha para ocupar a liderança dos socialistas e, quanto a isso, parece haver um certo consenso.

Só que o cargo de secretário-geral do PS não é incompatível com o de presidente da Câmara Municipal de Lisboa - Jorge Sampaio acumulou os dois cargos e não veio mal algum ao Mundo por causa disso. Mesmo no PSD, o anterior líder, Luís Filipe Menezes, era líder do partido e, ao mesmo tempo, governava o terceiro concelho mais populoso do país.

Daí que a questão da eventual saída de Costa da Câmara para a liderança do PS seja, na verdade, uma falsa questão. Mesmo.

2 comentários:

Francisco Castelo Branco disse...

Pior mesmo é se o PCP se alia a Costa.

E isso já aconteceu anteriormente.

E ainda se Carmona desse o seu apoio publico a Costa, a coisa ia mal ia...

Parece que é Um por todos e todos contra Santana

Dylan disse...

Desculpe, pensei que iria falar neste Costa:

http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=142414

http://dylans.blogs.sapo.pt/