terça-feira, 7 de julho de 2009

A MANILHA VAI SECA (48): Sim e assim-assim

Não é meu costume falar da imprensa portuguesa, mas, hoje, abro uma pequena excepção. Muito se disse a falou sobre o lançamento do i, com muita gente a tecer duras críticas ao jornal do Grupo Lena. Bem, pode ser que algumas críticas sejam perfeitamente válidas, mas uma coisa é certa: O raio do jornal tem-nos brindado com uma série de boas entrevistas a inúmeras personalidades.

Da entrevista a Maria Filomena Mónica, há um par de frases que merecem uma nota.

“Prefiro o António Costa ao Santana Lopes, embora o Santana Lopes me divirta muito mais. Mas ele só me diverte quando está fora do poder, no poder é um irresponsável”. Sintético e certeiro. Pena é que António Costa não consiga fazer valer outros argumentos para além do facto de, para muitos, ser melhor e mais responsável do que Santana. Lisboa merecia mais.

Já sobre José Sócrates, Maria Filomena Mónica diz: “É um rapaz da província que subiu na vida à custa da esperteza e de muito pouco trabalho”. Concordo com a primeira parte, mas não com a segunda. José Sócrates é conhecido como sendo um homem muito trabalhador (já o era como ministro do Ambiente) e o esmero com que prepara as suas idas à Assembleia da República mostra bem que faz os trabalhos de casa melhor do que ninguém. Marques Mendes, que demorou muito a aperceber-se desta faceta de Sócrates, levava cada baile no Parlamento que até metia dó. Os episódios que podem levar-nos a pensar que Sócrates não seja um homem trabalhador (como o dos projectos na Guarda ou o da licenciatura) são como as noitadas de Cristiano Ronaldo, que escondem o facto de o CR9 ser o senhor que, por norma, mais dá de si nos treinos. Pena é que Sócrates não seja tão bom primeiro-ministro como CR9 é jogador...

Sem comentários: