sábado, 25 de julho de 2009

A MANILHA VAI SECA (63): Com uma quina de trunfo não ganhas o jogo

José Sócrates está a desiludir-me. O outrora animal político, ágil e habilidoso nas suas jogadas, vai tentar ganhar esta sueca com duques, ternos, quadras e quinas de trunfo. Ou seja, com palha. E mal jogada.

Durante a apresentação do programa eleitoral do PS, Sócrates anunciou que, caso seja reeleito, dará acesso à integração profissional a cerca de 25 mil jovens, que, pela sua carreira contributiva, não têm acesso ao subsídio de desemprego. Tudo bem, a medida é boa, mas… escassa, muito escassa.

Em Portugal, há cerca de um milhão de trabalhadores a recibos verdes (alguns, verdadeiros), pelo que o número de pessoas sem acesso ao subsídio de desemprego é incrivelmente superior a 25 mil almas. Por outro lado, a questão dos apoios apenas aos jovens dá que pensar, já que há gente com 40 e 50 anos sem acesso a uma prestação essencial para a sobrevivência digna de muitas pessoas e, por vezes, das respectivas famílias. Ainda por cima, já se sabe que quem tem mais de 35 anos, terá dificuldades muito superiores em encontrar um emprego (especialmente, um emprego daqueles que tem contrato de trabalho, descontos para a segurança social e todas as regalias oferecidas a quem não é tratado como escravo).

Trocando por miúdos, o nosso primeiro-ministro oferece umas missangas aos nativos de Portugal e espera que estes pobres indígenas lhe dêem o seu voto. Ainda por cima, ele não oferece, limita-se a prometer as tais missangas (apenas a alguns, pois claro) que esqueceu ali, no navio, mas que vai buscar já, já, já.

Hum…

Sabes, Zé, assim, não vais lá. E, se queres que te diga, ainda passas pela vergonha de veres o PS ultrapassado pelo BE ou pela CDU se continuas a tratar os portugueses como uns pobres selvagens mansos e pouco espertos. É que, não sei se sabes, a malta lá da esquerda não está a oferecer missangas nos seus programas eleitorais - eles estão mesmo a dar jóias aos portugueses, coisa que tu reservas só para os teus amigos da Mota-Engil e companhia. Só que o Jorge Coelho, meu amigo Zé, só vota uma vez.

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