sexta-feira, 10 de julho de 2009

A MANILHA VAI SECA (51): Agora é com o menino Zé

Leram o post anterior? Se não leram, não me vou dar ao trabalho de pôr o link, porque basta recuar um bocadinho com o rato. Mas se não quiserem ler, escusam de ler este post.

Depois de pensar um bocado, achei que traçar o cenário da hipotética continuidade de um Governo minoritário do PSD no caso de uma pandemia de Gripe A seria um exercício demasiado parcial. Ainda por cima, é um exercício que parte de um pressuposto (a vitória do PSD a 27 de Setembro) cuja concretização não é minimamente certa.

Por isso, passamos a outro exercício idêntico. Desta vez, com o PS de José Sócrates reconduzido a um novo mandato, ainda que em maioria relativa (a absoluta, tanto para socialistas, como para sociais-democratas, parece cada vez mais longe).

Imaginem, uma vez mais, o mesmo cenário dantesco provocado pela Gripe A (e este é o cenário que mais se aproxima da realidade, confesso). Neste caso, seria muito mais fácil apontar culpas ao Governo de Sócrates, já que ele é que foi responsável por tomar todas as precauções em relação aos perigos da Gripe A.

Perante este cenário, imagino, uma vez mais, um quarto dos deputados reunidos para poderem apresentar uma moção de censura, a qual tinha fortes possibilidades de ser aprovada. Aí, Cavaco não teria muito que pensar: Demitia o Governo e Portugal ia novamente a eleições.

Num cenário como o que acima descrevi, o PS perderia toda a confiança do eleitorado em ira, que não mais lhe daria uma segunda hipótese. Por seu turno, o PSD (se calhar, já sem Manuela Ferreira Leite como líder) teria todas as hipóteses de conseguir uma histórica maioria absoluta, a primeira do partido desde 1991. Tal como sucedeu nas últimas Europeias, também o BE, a CDU e o CDS-PP poderiam aproveitar a perda de votos do PS para engordarem um pouco mais, ao passo que partidos como o MEP ou o MMS poderiam até ter espaço de manobra para conseguirem uma pequena representação parlamentar, captando descontentes com os cinco partidos que dominam o «sistema» (ou seja, a Assembleia da República, assembleias regionais e autarquias locais).

E assim, sem honra nem glória, terminaria a era Sócrates, à qual se seguiria um período de enorme turbulência interna dentro do PS.

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