quinta-feira, 30 de julho de 2009

ESPADAS QUE PICAM (18): A verdade é um pouco assim

Diz-se, popularmente, que, em muitas áreas, o que é verdade hoje, pode deixar de sê-lo amanhã. O estranho regresso de Michael Schumacher à Fórmula 1 (no lugar do acidentado Felipe Massa) é bem um desses casos levados à letra.

No dia 28 de Julho, Willi Weber, manager do heptacampeão do Mundo, disse taxativamente ao The Daily Mail (traduzido): “Quem quer que se sente no carro [de Felipe Massa] na próxima corrida em Valência, não será Michael Schumacher. Tenho 100 por cento de certezas. Tenho 200 por cento de certezas”.

Pois.

Um dia depois, a Ferrari anunciou oficialmente que Michael Schumacher seria o substituto de Felipe Massa enquanto este último não estivesse em condições de voltar a pilotar, sendo que o regresso do piloto alemão teria lugar já no GP da Europa, a disputar na pista citadina de Valencia. Com que então, “200 por cento de certezas”

Na política, nos negócios, no desporto e em muito mais áreas, a verdade é, cada vez mais, algo muito relativo. Mente-se por tudo e por nada, mente-se com a mesma naturalidade com que se bebe um copo de água. Mas ninguém assume que mente: todos dizem que as circunstâncias é que mudaram.

Pois.

Circunstâncias.

Com o Acordo Ortográfico, “circunstâncias” até poderia passar a sinónimo de “mentira”. E “verdade” seria sinónimo de “Abominável Homem das Neves” - todos já ouviram falar de ambos, mas ninguém confirma que um ou outro exista.

Depois deste episódio, olho para Manuela Ferreira Leite e para a sua suposta política de verdade e penso que das duas uma: ou a mulher mente ainda mais do que os outros todos juntos ou é mesmo uma ave rara no mundo da política (e no mundo em geral). Vai na volta e até nem precisaremos de muito tempo para saber… pois, a verdade. Sim, essa mesma.

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