quarta-feira, 29 de julho de 2009

JOKER (11): Poesia popular

Joana, boa moça e moça boa,
De olho azul, de cor de mar,
Deixa todo o homem à toa,
Deixa todo o homem a sonhar.

Joana, boa moça todos os dias,
Tinha dono, era a moça do Xico,
Homem sem demais alegrias,
Douto pobre, mas quase rico.

Certo dia, no meio da praça,
Passou um velho de Lisboa.
E olhando ele p’ra tanta graça,
Disse então à boa moça boa:

“Levava-te daqui para fora,
Fazia de ti mais que princesa,
Fujamos, sem mais demora,
Que a tenho mais que tesa!”

Foi-se a Joana com o idoso,
Ficou o Xico a esbracejar,
Mas um dia, volta ao pouso
Joana dos olhos cor de mar.

Gritou então o Xico irado:
“Não mais serás dirigente!”
Ficou ele ainda mais amuado,
Ficou ela mais longe da gente.

Só que Joana, mui pecadora,
Tinha mais um pretendente.
Era filósofo de hora a hora,
Era mentiroso indulgente.

Sorrindo para a moça do Xico,
Veio ele e então questionou:
“Pois que sou um homem rico,
O que a ti, bela Joana, te dou?”

“Vai-te daqui, filho de Barrabás,
Leva promessas e palavrinhas,
Sois corno e mau, sois Satanás,
Que cose seu pano com más linhas!”

Foi então a arrependida Joana
Relatar tudo a seu marido,
Que logo pegou na sua catana,
Dizendo: “Ele está mas é fodido!”

Houve sangue, houve lamentos,
Mas o filósofo até não morreu.
Virou-se ele para outros intentos
E nos braços de Miguel adormeceu.


(Está uma bela merda, eu sei)

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