terça-feira, 28 de julho de 2009

A MANILHA VAI SECA (66): Estou triste

Sim, estou triste. Mas não estou bem triste. Triste é uma palavra forte. Estou, talvez, decepcionado. Muito decepcionado. Mesmo. Estou tão decepcionado (e, quiçá, triste) que sinto ganas de matar aquele velhaco barrigudo a golpes de catana.

Eram altas as minhas expectativas em relação ao discurso de Alberto João Jardim em Chão da Lagoa, mas o gordo mal-encarado não deve ter bebido o suficiente e fez um daqueles discursos… bem, fez um discursozinho que poderia ter sido feito por um qualquer. Essa de dizer que quem não cumpre promessas não pode governar Portugal seria digna de uma Manuela Ferreira Leite. Banal, banal, banal. O velho está a ficar velho. Já não diz duas de jeito. Ou melhor, diz. O que é grave. É o Alberto João Jardim, pá.

Onde é que estão os cubanos colonialistas do continente? Onde é que estão os filhos-da-puta dos jornalistas? Onde é que está o Marítimo que tinha o pássaro na mão e deixou-o foder? Onde é que estão o regabofe e o ramerrame dos jacobinos de Lisboa? Onde é que estão os fascistas vestidos de socialistas, que roubam milhões e milhões de euros à Madeira? Onde é que está a região autónoma comparada a uma prostituta cara e de gostos finos que alguém tem de manter?

Um discurso de Alerto João Jardim em Chão da Lagoa sem coisas destas, não pode ser um discurso de Alberto João Jardim. Já imaginaram Jerónimo de Sousa a discursar no final do Avante! sem utilizar a expressão “as malfeitorias deste Governo”? Não, não pode ser.

Bem, no meio de tanto mais-do-mesmo, valha-nos o PND-Madeira e o seu dirigível, abatido a tiros de caçadeira. Mas preferia que tivesse sido o próprio Jardim a fazê-lo, empunhando a espingarda em palco diante das câmaras de televisão. Esse, sim, seria o Jardim que todos (julgamos que) conhecemos: malvado e sem respeito pelos outros, boçal e violento, cruel e impiedoso, malcriado e antidemocrático.

Alberto João Jardim gastou os cartuchos todos que tinha antes do Chão da Lagoa. Está velho, acabado, gasto. Diz coisas que não chocam, que não ferem, que não aviltam, que não indignam (muito). Parece um político igual aos outros, um mangas-de-alpaca da pseudo-modernidade, daqueles que gosta de citar Dostoievski e que promete mundos, mas que não tem fundos para cumprir promessas.

Reforma-te quanto antes, Alberto. Um dia destes, estás a prometer 150 mil novos empregos.



Nota: Alberto João Jardim deve andar a ler o ONZE DE ESPADAS. Depois de eu ter dito que as palavras dele em Chão da Lagoa não tinham qualquer real importância, o velho decidiu também não dar importância às suas palavras em Chão da Lagoa. É um dia triste para a stand-up comedy nacional. Estou de luto.

Nota II: Como é óbvio, este post não é para ler cem por cento a sério.

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