“Para muitos, o primeiro passo para se ser o melhor será rebaixar os seus pares através da crítica injusta.”
Dr. Mento
Dormir... talvez sonhar
Há 2 horas
Há precisamente seis anos que não viajo entre Lisboa e Faro de comboio, rendido que estou aos encantos da A2 e das paragens para um café e um cigarro em Grândola. Hoje sinto que, ao deixar de utilizar o comboio, cortei de vez um dos laços que mais me ligava à infância, época em que os meus avós maternos se deslocavam, de propósito, a Lisboa para irem buscar o seu adorado neto para mais umas merecidas férias naquela casa cujo jardim, enorme, tinha ao meio um delicioso lago com peixinhos vermelhos.
Como se aperceberam pela leitura do post anterior, a habitação que me deu abrigo em Faro pertence a essa honrosa estirpe de casas antiquadas, paradas no tempo, condenadas à extinção. Se vos disser que a dita moradia não é regularmente habitada desde 1990, facilmente perceberão o porquê de tantos e tantos anacronismos perdidos naqueles 75 metros quadrados.
Nos dias que correm, dependemos da Internet como dependemos do oxigénio para respirar. Ou talvez não.
A 10 de Agosto, num dos últimos posts que publiquei antes da minha agradabilíssima estadia na capital algarvia, falava eu das diferenças e semelhanças existentes entre PS e PSD, quando, de súbito, escrevi: “Mas, em rigor, são tão iguais como um Citroën C1 e um Peugeot 107.”
O ONZE DE ESPADAS informa os seus estimados leitores e seguidores que, nos próximos dias, o ilustre e mui sábio Dr. Mento vai a banhos na solarenga cidade dos seus nobres antepassados. Lá, emerso entre o aroma da alfarrobeira e o forte odor dos mares do Sul, os privilégios da Internet são única e simplesmente um velho resquício de um mundo que o nosso insano cronista deseja esquecer por momentos.
Longe vão os tempos em que os jornalistas (classe à qual pertenci até há escassos meses) eram vistos como gente culta e de saber, que sabiam um pouco de tudo e mais alguma coisa. Eram gente que, dizia-se, sabia muito de política, História, Geografia, Filosofia, Economia, desporto… e do que mais houvesse para saber.
Quem acompanha o ONZE DE ESPADAS sabe que considero a liderança de Luís Filipe Menezes como um dos maiores equívocos do PSD. Pródigo em dizer e desdizer-se, o edil de Vila Nova de Gaia é o exemplo acabado de como um incapaz (não obstante as suas virtudes como autarca) pode chegar à liderança de um partido político na actualidade, deixando-me a pensar se, nas próximas directas, não valeria a pena recolher assinaturas para fazer candidatar um dos meus cães à presidência do PSD (e, garanto-vos, os meus canídeos têm uma inteligência largamente superior à de muitas gentes que pululam pelos partidos cá do burgo).
Em 1925, durante o julgamento dos responsáveis pela tentativa de golpe militar de 18 de Maio (o qual fora liderado por Sinel de Cordes), o promotor da Justiça António Óscar Fragoso Carmona profere uma frase que ficaria para a História: “A Pátria está doente... quando lá fora andam liberdade os causadores dos males da Pátria, eu vejo aqui oficiais deste valor no banco dos réus”. Os responsáveis pelo golpe acabaram por ser absolvidos num prenúncio de que a I República, bizarro período da História portuguesa, caminhava a largos passos para o seu fim. Na verdade, um ano e alguns dias após o golpe, uma novo levantamento militar, novamente com o dedo de Sinel de Cordes, põe termo à primeira experiência republicana portuguesa, a qual se traduziu em 16 anos de incrível instabilidade política, num desenrolar de episódios que só um Deus louco poderia conceber ou imaginar.
Robert Murdoch, o patrão da Media Corp, acredita que os dias das notícias grátis na Internet têm, definitivamente, os dias contados. “O jornalismo de qualidade não é barato. Uma indústria que oferece o seu conteúdo está apenas a canibalizar a capacidade para fazer boa cobertura jornalística”, disse o homem que controla títulos como o The Times, o The Sun, o The New York Post e o Wall Street Journal.
“Minha querida e mui estimada Manuela:
Mal tinha acabado de fundar o PPD e já Francisco Sá Carneiro se tinha apercebido do terrível saco de gatos que criara, qual monstro autofágico e incapaz de viver em paz consigo mesmo. Desde a sua génese, o PSD tem vivido em permanente estado de guerra mais ou menos declarada, com os vários barões a posicionarem os seus peões num tabuleiro altamente complexo.
Sim, eu sei que o PS já apresentou o seu programa para as Legislativas. Só que ninguém vos explicou que programa era esse e eu, que tudo sei e tudo digo, digo-vos, porque sei, que o programa apresentado é apenas o programa do PS ao eleitorado. Trocando por miúdos, os socialistas apresentaram o programa do saca-votos.
Na Sueca, o jogador que tem o Ás de um dado naipe tem sempre como objectivo utilizar esta carta para comer a Manilha, especialmente quando esta última está na posse do par adversário.
Quase nem nos apercebemos, mas as redes de transportes públicos, para além de servirem directamente as populações, são também um símbolo de desenvolvimento e de orgulho para uma cidade. Aliás, isto é de tal modo verdade que, durante largos anos, havia um complexo de superioridade de Lisboa em relação ao Porto (e de inferioridade no sentido inverso) por causa do metropolitano.
Diz-se, popularmente, que, em muitas áreas, o que é verdade hoje, pode deixar de sê-lo amanhã. O estranho regresso de Michael Schumacher à Fórmula 1 (no lugar do acidentado Felipe Massa) é bem um desses casos levados à letra.
Já nem me lembro em que data se começou a dar como certa a candidatura de Pedro Santana Lopes à Câmara Municipal de Lisboa. Mas foi há muito, muito tempo…
Sim, estou triste. Mas não estou bem triste. Triste é uma palavra forte. Estou, talvez, decepcionado. Muito decepcionado. Mesmo. Estou tão decepcionado (e, quiçá, triste) que sinto ganas de matar aquele velhaco barrigudo a golpes de catana.
O ONZE DE ESPADAS teve acesso ao programa eleitoral que o PSD vai apresentar para as eleições de 27 de Setembro. É bem provável que o programa que Manuela Ferreira Leite mostre aos portugueses seja um pouco diferente, mas uma série de fontes anónimas dentro do PSD mostrou ao Dr. Mento o verdadeiro programa eleitoral social-democrata, o qual sairá do papel para a prática se as hostes laranja conseguirem vencer as Legislativas.
Minhas amigas e meus amigos, minhas senhoras e meus senhores.
Desconheço que sentimento de nostalgia se terá apoderado de mim, mas o que é certo é que, nos últimos tempos, andava dominado por um desejo irresistível de voltar a abrir um livro que, de certa forma, marcou a minha infância. Confesso que o julgava perdido para sempre e até já tinha equacionado a possibilidade de procurar um exemplar nalgum alfarrabista ou, quem sabe, no e-bay, onde tudo se compra e tudo se vende (menos a própria mãe). Felizmente, o dito livro não estava perdido e, quase por milagre, encontrei o meu «menino» na casa da minha mãe - e sem qualquer esforço.
Enquanto redigia o post anterior, veio-me à mente um facto curioso relacionado com Miguel Vale de Almeida, Joana Amaral Dias e os nomes «oficiais» dos políticos portugueses. O texto que se segue é apenas uma mera curiosidade inútil, mas que serve para desmistificar uma questão relacionada com nomes à esquerda e à direita, a qual até já foi parodiada pelos Gato Fedorento.