quinta-feira, 25 de junho de 2009

A MANILHA VAI SECA (36): Treinadores sem jogadores, mercado de transferências parado até Outubro

(Nota: Este post é um mero devaneio, um exercício de especulação pura e simples, pelo que deve ser entendido como isso mesmo)

No momento em que escrevo estas linhas, será ainda muito arriscado apostar em quem irá vencer as Eleições Legislativas de Outubro (serão mesmo em Outubro?).

É certo que, neste acto eleitoral, o que está em causa é a eleição dos 230 deputados, oriundos de 20 círculos eleitorais, que irão representar a nação. Todavia, todos nós encaramos as Legislativas como o momento em que, nas urnas, os portugueses irão escolher o próximo primeiro-ministro (que, de acordo com a Constituição, mais não é do que o líder do partido que mais deputados eleger, que é convidado pelo Presidente da República a formar um Governo).

Nas Eleições Autárquicas, a escolha do executivo camarário é algo bem mais transparente, já que a lista candidata integra tantos nomes quantos os vereadores que são eleitos para uma dada edilidade. Ou seja, nas Autárquicas, cada força política define, antes da ida às urnas, os nomes que, em caso de vitória, irão governar o município. Nas Legislativas nada disso se passa, posto que o líder de cada partido é apenas um eventual cabeça-de-lista num dado distrito, que, se for convidado a formar Governo, irá escolher uma equipa formada por quem lhe der na real gana (recordo que os ministros e secretários de Estado não necessitam de ter sido eleitos deputados, podendo até ser figuras externas ao partido).

Isto significa que, nas Legislativas, exercemos o nosso dever cívico tendo em mente um dado treinador para o país em vista e, ao mesmo tempo, confiamos na sua sabedoria e discernimento para a escolha de um plantel vencedor.

A tanto tempo das Legislativas, torna-se difícil descortinar quais os jogadores que poderão vir a ser contratados, em caso de vitória, por José Sócrates ou Manuela Ferreira Leite. Mas, tal como no futebol, um pouco de especulação pode sempre ajudar a tentarmos adivinhar qual será o plantel eleito por cada clube.


DISPENSAS:
Se o PS vencer as Legislativas, a lista de dispensas do «mister» José Sócrates deverá contemplar os nomes de quatro jogadores que, apesar de muito utilizados, apresentaram um rendimento desastroso ao longo das últimas quatro épocas, com inúmeras perdas de bola e demasiados passes falhados. Falo de Maria de Lurdes Rodrigues, Mário Lino, Manuel Pinho e Jaime Silva. Nunes Correia, pouco utilizado, também deverá deixar o plantel, havendo ainda enormes dúvidas quanto às capacidades dos atletas Vieira da Silva (o desemprego não pára de aumentar e o IEFP, tal como a Segurança Social, mal conseguem funcionar em condições), Rui Pereira (a criminalidade disparou e não conseguiu reatar o diálogo com os sindicatos e associações das várias forças policiais, o que significa que se mantém a desastrosa situação deixada por António Costa) e Alberto Costa (não preciso dizer como está a jogar a dona Justiça., pois não?). Pontos de interrogação na permanência de Ana Jorge, Nuno Severiano Teixeira, José António Pinto Ribeiro. Augusto Santos Silva relaciona-se mal com os adeptos e com os membros de outros clubes e pode ter a continuidade em causa. Quanto a Teixeira dos Santos, diz a especulação que pode ir jogar para o Banco de Portugal, justamente para a posição ocupada, há largos anos, por Vítor Constâncio, cujo rendimento tem sido posto em causa… todos os dias, a todas as horas.

MANUTENÇÕES:
Mariano Gago é dos mais consensuais e deve manter-se. Pedro Silva Pereira também tem boas hipóteses, mas é possível que passe a jogar noutra posição, mesmo como adaptado. Luís Amado também deve ficar e, se calhar, na mesma posição (ou regressando à posição agora ocupada por Severiano Teixeira, se este for dispensado e se Sócrates não arranjar ninguém para o lugar).

CONTRATAÇÕES:
Do lado do PS, António Vitorino destacou-se demasiado no Novas Fronteiras e mostra-se como um possível 10 para a equipa de Sócrates. Pode jogar na Defesa (já esteve lá entre 1995 e 1997), mas é possível que ocupe uma posição mais atacante e de mais relevo (vejo-o, por exemplo, na Justiça). Se for contratado, certo é que terá a braçadeira de capitão (ou seja, será ministro de Estado). Não me surpreendia se Guilherme d'Oliveira Martins, que está a jogar bem no Tribunal de Contas, voltasse a vestir a camisola do Governo, em especial se Teixeira dos Santos for mesmo transferido para o Banco de Portugal.

Nas hostes do PSD, Manuela Ferreira Leite promete um plantel totalmente novo face ao que se viu nas equipas treinadas por Cavaco Silva, Durão Barroso ou Santana Lopes (a líder «laranja» jogou nas duas primeiras). É provável que surjam muitos jogadores da formação, daqueles que jamais estiveram no plantel principal, o que vai merecer a acusação, por parte da oposição, de que “este Governo vai ser formado com nomes desconhecidos” (é sempre assim). José Pedro Aguiar Branco, que esteve na Justiça na equipa de Santana Lopes, parece bem posicionado para um lugar de destaque (provavelmente, novamente na Justiça). Paulo Rangel (que foi secretário de Estado no Governo de Santana) assumiu que pode deixar o Parlamento Europeu se o PSD vencer as Legislativas, o que significa que é candidato a um lugar de peso na equipa. Atrevo-me ainda a adivinhar outra possível contratação: José Pacheco Pereira. Hum… nunca vi este senhor a defender algo com tanto afinco como a liderança de Manuela Ferreira Leite (às vezes, até me parece o Augusto Santos Silva do PSD) e nada me espantaria se o metessem na equipa titular, apesar de todos julgarem improvável tal hipótese. Sei não…


Nota: Se houver uma nova AD (ou uma aliança PS/CDS-PP), certo é que Paulo Portas vai entrar para a equipa titular, seja em que posição for.

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