
Nunes Correia foi até à Praia da Arrifana, na Costa Vicentina, onde foi confrontado com um documento, assinado por vários proprietários de escolas de surf, que citavam um despacho do Parque Natural da Costa Vicentina e do Sudoeste Alentejano a ordenar a retirada das instalações das citadas escolas no espaço de dez dias. Curiosamente, Nunes Correia não fazia a mínima ideia da existência deste despacho e, em declarações aos jornalistas, várias vezes disse que o surf é uma mais-valia para a região e que quer a modalidade em força na Costa Vicentina.
Concordo perfeitamente com Nunes Correia, até porque já fui praticante e tenho a perfeita consciência de que se trata, a quase todos os níveis, de uma mais-valia. Se não houvesse, aqui e ali, umas quantas ovelhas negras que acham que a praia é só deles(as), diria mesmo que o surf é uma daquelas modalidades que só tem vantagens (experimentem a sensação de pairar em cima da água e digam-me como é).
Na verdade, o surf até poderia ser melhor aproveitado por vários organismos, designadamente as associações do Programa Escolhas, que poderiam levar mais jovens em situação de risco até à praia para que estes possam ter a possibilidade de descobrir todo um mundo novo e toda uma filosofia de vida que nada têm a ver com a realidade dos bairros ditos problemáticos e dos seus grupos de rua. Se aliarmos a prática do surf à do yoga (que pratico actualmente), os resultados podem ser fantásticos.
Contudo, o que é verdade é que o Parque Natural da Costa Vicentina e do Sudoeste Alentejano está-se nas tintas para o surf, para as escolas e para os surfistas. Mas o que mais surpreende (ou não) é que este organismo também faz o que bem entende à revelia de um ministério ao qual julga não ser necessário prestar quaisquer esclarecimentos.
Agora, vamos ver se Nunes Correia é mesmo homenzinho com eles no sítio e se vai dar um murro na mesa, obrigando a uma solução de consenso que não prejudique nem o ordenamento do território numa das zonas mais bonitas do Algarve, nem as escolas de surf e respectivos praticantes da modalidade.
Se, pelo contrário, Nunes Correia optar por sacudir a água do capote, bem podemos ficar com a certeza que, afinal, toda a gente manda nele. Até mesmo um organismo que deveria dizer “Sim, senhor ministro”.
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