sábado, 9 de maio de 2009

VALETE DE COPAS (1): O mal que nos fazem

“Sabe-se que quando o corpo está sobre grande tensão, tende a hiperestimular as glândulas supra-renais, onde são fabricadas a adrenalina e o cortisol, duas hormonas que nos ajudam a defender do perigo, mas que ao manterem-se elevadas durante muito tempo, podem aumentar o apetite e favorecer a acumulação de gordura na região do abdómen.”

Este trecho de um artigo de opinião de uma dietista talvez ajude a explicar o porquê de, nos últimos tempos, eu estar a engordar como se não houvesse amanhã. Stress, diz esta especialista. Stress provocado pelo trabalho, diz este bloguista.

Já aqui discorri sobre os horrores do desemprego e sobre as suas consequências ocultas. O desemprego pode ser um dos momentos mais baixos das nossas existências. Mas o emprego, mesmo quando não precário, também o pode ser. E há inúmeras situações em que o nosso emprego pode ser também o nosso algoz e, quiçá, o nosso coveiro.

Neste momento, vivo uma dessas situações, num ambiente profissional de tal modo degradado que todos (inclusive eu) apenas desejamos que a empresa feche e nos deixe em paz. Por uma questão de brio profissional, ainda não joguei a toalha ao chão e fiz saltar as cartas pelos quatro cantos da sala. Mas esse dia está demasiado próximo. Não aguento mais que uma empresa (ainda por cima, aquela empresa) me destrua saúde e tempo a troco de nada.

Engordei, envelheci, deixei de sorrir dentro daquelas quatro paredes. Fumo compulsivamente, agarrado a um desespero que me chega a toldar a razão. Não, não posso deixar que isso aconteça. Ninguém pode. Somos humanos, somos gente, não somos objectos. E mesmo os objectos, quando levados ao limite, são capazes de dizer: “BASTA”. E quando dizem, cumprem.

Não vos quero estar a maçar (“maçar”? Eu usei a palavra “maçar”?) com os meus problemas pessoais. Isto foi só um desabafo.

Porém, se olhar para a minha experiência, talvez tenha coisas para vos contar. Coisas que merecem uma análise profunda. Coisas que, por si só, explicarão muita coisa.

4 comentários:

fa_or disse...

Às vezes a pressão pode ser propositada, da parte de quem nos quer puxar o saco debaixo... a ver se caímos naquilo que subtilmente nos vão enredando... digo eu...

Há que ter a coragem para lutar contra sistemas prepotentes!

Bjins

SILÊNCIO CULPADO disse...

Dr.Mento

"Não são sempre os mais fortes os que vencem mas são sempre os mais fortes que resistem".
Não devemos entregar os pontos. Há que fazer frente e, sobretudo,há que não nos deixarmos afectar por aquilo que os outros pretendem que nos afecte.
Se conseguirmos isso, com toalha no chão ou sem ela, somos sempre vencedores.


Abraço

Mª João C.Martins disse...

Dr Mento...

Se por acaso tiveres mesmo que deitar a toalha no chão ( porque às vezes é a nossa saúde mental que está em causa, e essa não há dinheiro nenhum que a pague), agarra primeiro nas cartas e sai. As cartas são os teus trunfos, antes perder por copas do que ganhar com paus. Há sempre uma manilha seca que anda por aí e o Ás é teu!

Um abraço

Marta disse...

Maçar!?
Só lê quem quer! :)

E, concordo! Estar desempregado é um desespero;
mas ter um mau ambiente de trabalho, também!

é tão bom, fazer o que se gosta, com pessoas que admiramos profissionalmente.

nem sempre acontece.
mas quando acontece, é muito bom trabalhar!

ps: agora já percebi, o sem açucar ;)