quarta-feira, 27 de maio de 2009

A MANILHA VAI SECA (14): E não é que ele volta a ter razão?

Já aqui havia dado toda a razão do Mundo a Vital Moreira e volto a fazê-lo novamente.

Se descerem alguns posts, vão encontrar um texto onde falo do facto do PSD e CDS-PP estarem integrados na mesma família política europeia. Isto significa, como bem alertou o cabeça-de-lista do PS, que, uma vez chegados a Estrasburgo, os eurodeputados do PSD e CDS-PP sentam-se na bancada do PPE (partido Popular Europeu), a família que junta forças políticas de matriz conservadora e democrata-cristã (ou seja, partidos que têm tudo a ver com o CDS-PP e muito pouco com o PSD, que finge ser uma coisa que não é para pertencer à maior bancada do Parlamento Europeu).

Mas Vital Moreira não se ficou por aqui. Agora, veio a público lembrar que um fenómeno idêntico sucede com o PCP e o BE, dois partidos que, em Estrasburgo, integram o Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia. Ou seja, em Portugal, PCP e BE apresentam duas visões bem diferentes (e, por vezes, antagónicas) sobre o que deve ser aquilo que eles dizem ser a esquerda, mas, no Parlamento Europeu, tais diferenças esbatem-se e os eurodeputados de ambos os partidos sentam-se lado a lado.

Mas a confusão não se fica por aqui. O Partido Ecologista «Os Verdes», que concorre sempre coligado com o PCP (dando origem à CDU), não integra o Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia, mas sim uma outra família política: o Grupo dos Verdes.

Ou seja, ao votar na CDU, o eleitor está, na verdade, a eleger eurodeputados para duas famílias políticas diferentes… sendo uma delas a mesma de um partido rival, o BE.

Confuso?

É, não é?

Neste aspecto particular, saúdo a coerência do PS, que alinha com o PSE, o Partido Socialista Europeu, família política à qual pertence, de facto. Vital Moreira tem consciência deste trunfo e está a usá-lo para desbaratar o jogo dos seus adversários. Bem jogado, sim senhor.

Nota: Um par de elogios a Vital Moreira não significa que esteja a fazer campanha pelo senhor ou pelo PS. Nem sequer significa que vá votar no Avô Cantigas e nos seus amigos cor-de-rosa. Contudo, “a César o que é de César”: estes elogios são merecidos.

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