Há muito tempo que o vocábulo “crise” tomou conta de Portugal, país onde tudo se justifica com esta palavra. Agora, é chegada a minha vez.
A crise apoderou-se de mim.
Se, por mero acaso, notaram que esta mesa de jogo andou sem grande movimento nos últimos dias, tal deveu-se, sobretudo, ao facto de ter tirado uns dias para descansar, para estar próximo dos que me são queridos (que quase me obrigaram a relaxar), para ir à praia e para me dedicar a uma das minhas maiores paixões recentes: o yoga. Basicamente, estive afastado de quase tudo o que me enche a mente, embora tenha tomado contacto com a realidade noticiosa do país e do Mundo através de uma ou outra leitura diagonal.
Contudo, agora que me volto a sentar diante de um teclado, sinto que as palavras não fluem. De súbito, as ideias secaram, os raciocínios emperraram, o cérebro entrou em modo de descanso. Quiçá, resquícios dos últimos meses, que, em termos profissionais, foram incrivelmente duros, desgastantes e nada compensadores (nem sequer chegaram a ser um teste à minha capacidade de resistência).
Estou em crise. De inspiração. No fundo, esta é a prova de que nunca passei de um falso jornalista. Os jornalistas nunca têm - e nem podem ter - falta de inspiração. Isso é mal de escritor. Isso é um mal da minha gente, na verdade.
Estou em crise.
Talvez poste um pouco menos nos próximos dias.
Ou talvez não.
Não sei.
A crise não me deixa saber.
Sócrates de novo
Há 3 horas
3 comentários:
Dr.Mento
A blogosfera poderá ser uma janela para o mundo, uma partilha de ideias e de conhecimentos, uma solidariedade perante tantas situações que a requisitam, denúncias de arbitrariedades, enfim todo um conjunto de vertentes para quem procura o sentido da vida fora do seu umbigo e das suas limitações.
Mas nada disto implica uma obrigação sistemática de postar ou de comentar. Essa será a necessidade que provém dum feed-back que vamos angariando sobre a expressão das nossas ideias e dos nossos sentimentos.
No post do Silêncio Culpado que fiz sobre o autista pintor, a Ray (Raimunda), mãe de Filipe, deixou-lhe um reparo específico pela forma como o Dr.Mento falou das pinturas de Filipe. Esse simples reparo ajudou muito a Ray que é uma mãe guerreira num mar de dificuldades e de limitações.
O sentido da vida encontra-se nas pequenas coisas e, naturalmente, na realização profissional que tem que ser construída a par e passo num caminho de escolhos que é preciso vencer. Mas a força temos que encontrar dentro de nós e o caminho faz-se caminhando.
Abraço
"...Contudo, agora que me volto a sentar diante de um teclado, sinto que as palavras não fluem."
Consigo sentir o mesmo desde há um tempo para cá, a desgraça de sentir que não há nada de novo para dizer ...
Vou tentado ultrapassar o tamanho do vazio que a falta de da escrita me faz !
Talvez o silêncio da escrita resulte do grito do Ipiranga que o cerebro deu, na tentiva de se regenerar!
Tenho para mim que isto sucede a quem pensa em tudo e todos ao mesmo tempo e se esqueçe de olhar para dentro de vez em quando ...
Quando descobrir o antidoto para este alheamento , peço.lhe que o partilhe ....
Dr.mento
O meu amigo ADesenhar está a recolher apoios para se candidatar a Presidente do PE. O Dr.Mento não quer dar uma mãozinha?
Abraço
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