Depois de uns quantos posts gigantescos a propósito da possibilidade de se formar um novo Bloco Central, vou retomar novamente este tema para vos elucidar sobre alguns detalhes que não ficaram totalmente claros.
Quando se imagina um Bloco Central, parte-se do princípio que será uma aliança entre José Sócrates e Manuela Ferreira Leite. Mas esse princípio pode ser uma base pantanosa para analisarmos a questão.
Se as Eleições Legislativas forem ganhas pelo PSD, certo é que José Sócrates pede a demissão do cargo de secretário-geral do PS. Com efeito, ninguém imaginaria Sócrates (ou qualquer outro primeiro-ministro, com excepção de Pedro Santana Lopes) a aceitar uma pasta ministerial depois de ter sido líder de um Governo maioritário.
Se as Eleições Legislativas forem ganhas pelo PS e se o PSD alcançar tal derrota depois de maus resultados nas Autárquicas, certo é que os barões cor-de-laranja irão pedir a cabeça de Manuela Ferreira Leite numa bandeja. Na verdade, há muito que certas vozes pedem a demissão da actual presidente do PSD, mesmo antes de estar ir a votos. Com duas derrotas consecutivas (ou mesmo com apenas uma), ninguém lhe irá perdoar o que quer que seja.
Por isso, as diferenças de feitio entre Sócrates e Ferreira Leite não necessitam de ser postas à prova num eventual Bloco Central, onde só caberá um deles. O outro passa a ser carta fora do baralho.
sábado, 16 de maio de 2009
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2 comentários:
Dr. Mento
Pois, o Bloco Central. Sempre o Bloco Central. Por quê? Pela simples razão de que os interesses instalados ordenam que se encontrem soluções que lhes dêem continuidade.
Fomentam-se sondagens, trabalha-se a comunicação, domina-se a justiça e todos os pontos nevralgicos do poder de forma que, com mais ou menos abanões, a estrutura balance mas não caia e, usando a sua linguagem, se baralhe e volte a dar as mesmas cartas.
Mas pode haver uma surpresa, dr.Mento. As tensões sociais serão cada vez mais intensas porque em era de novas tecnologias e de massificação da comunicação, por muito que se manipule tem-se uma cinsciência mais real das desigualdades e das crises que são mais crises para uns que para outros.
Abraço
Bloco Central, PS com D ou sem D... honesto e normal seria fundirem-se num único partido. Assim, partidos em dois, apenas pretendem criar a ilusão de que a democracia está ao nosso alcance quando, na verdade, ela só nos reserva duas soluções iguais. O resto é simples partilha de tachos e lugares bem como a garantia de que nãp serão beliscados os interesses instalados - por isso, existe tanta gente interessada no Bloco Central nesta hora de aperto. Não vá o diabo tecê-las e apareçam outras forças com dimensão de poder!
Um abraço fora de jogo
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