Isto porque os principais ismos foram devidamente acondicionados noutras coutadas: o PCP reclamou para si o comunismo e o marxismo-leninismo, o PNR ficou com o fascismo, o BE deitou a mão ao trotskismo (que tem que dividir com o pequeno POUS), o PCTP/MRPP alinhou com o maoísmo, o PPM quis o saudosismo (outro nome para monárquico), o PEV apanhou o ecologismo, o MPT diz-se amigo do ambientalismo e do ruralismo, o CDS/PP arranjou-se com o conservadorismo (a meias com o dissidente PND), o MMS tem muitos laivos de neoliberalismo e… bem, o PS diz que o socialismo é dele, mas parece que o tem guardado algures numa gaveta, bem fechado à chave.
Ora, depois de toda a gente se lambuzar com os seus ismos, restava ao PSD ficar com a social-democracia… que não é um ismo. Todavia, posto que estamos a falar de um dos maiores partidos portugueses, as gentes da Rua de São Caetano à Lapa trataram imediatamente de resolver o problema e criaram os seus próprios ismos, que, rapidamente, se transfiguraram em istas.
É por isso que, hoje em dia, o PSD está pejado de cavaquistas, leitistas, barrosistas, menezistas, marquesmendistas, santanistas, jardinistas, marcelistas, sá-carneiristas, coelhistas, sarmentistas e sabe-se-lá-mais-o-quê-istas. Uns mais elitistas, outros mais populistas, mas todos cem por cento istas.
Perante este cenário, venho, por aqui lançar-vos um repto: TAMBÉM EU QUERO TER O MEU PRÓPRIO ISMO.
Sim, um ismo verdadeiramente ismo, cheio de istas em meu redor - curvando a espinha a 180 graus diante da minha presença, implorando, de mãos suplicantes e trémulas, que abençoe as suas humildes vidas com um punhado de cargos.
Por isso, queridos amigos, peço o vosso apoio para, juntos, formarmos o nosso próprio ismo «laranja». E não precisamos de muito: concorremos à presidência do PSD nas próximas directas, levamos uma tareia de todo o tamanho, mas passamos a existir… e a funcionar como uma pedra no sapato para os istas que se sentarem na cadeira do poder. Se a coisa correr bem, até nos deixam disputar umas eleições - perguntem ao Santana Lopes, que ele é mestre nesta arte.
Minhas amigas, meus amigos, este País e este partido (o PSD) necessita de uma mudança. Necessita de mais um ismo. Mas não será um ismo qualquer. Será o melhor de todos os ismos: O TERRORISMO.
Por favor, ajudem-me. Não quero ser mais uma carta fora do baralho.
E agora cantem comigo: “Paz, pão, povo e liberdade, todos sempre unidos no caminho da verdade...”
1 comentário:
Dr.Mento
Este teu espaço vai dar que falar. Muito bem escrito e fundamentado e dum humor fino e acutilante.
É importante questionar e a política é um dever de cidadania.
Pessoalmente penso que se impõe um novo modelo que faça a UE e Portugal enquanto membro ou não-membro, recuperar da crise. Porém esse novo modelo não pode ser construído com pessoas que pertenceram ao ciclo cessante independentemente dos méritos que alguns possam ter. Só com sangue novo poderemos ter esperança.
Abraço
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